domingo, 28 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

fantasia


Fantasia:

Gostava que aquilo que nos mostram quando somos crianças fosse verdade. Não seria fantástico viver num mundo de fantasia, repleto de criaturas mágicas e brilho e cores? Onde existiriam príncipes para nos salvar, fadas para nos ajudar, animais com quem falar… e o melhor de tudo (porque é o melhor dos contos): a bruxa má é derrotada, sempre derrotada.

Sim, sei que existem no mundo pequenas “fadas” que nos ajudam e protegem, que estão sempre ao nosso lado para nos mostrar o melhor caminho, e que, se nos perdermos, nos ajudam a “nos” encontrarmos. E se virmos bem, se olharmos com atenção, podemos ver como a nossa realidade é cheia de brilho e cor. Porque, se todos nós olhássemos com atenção, iríamos ver um novo mundo: um mundo em que as flores têm todos os tipos de feitios e todas as cores, só para as podermos admirar, todas com o seu odor (para as podermos apreciar inteiramente); veríamos um mundo com uma estrela incrível que nos aquece todos os dias, que nos ilumina, e sem a qual não podemos realmente viver; um mundo com um satélite tão insignificante (que nem luz própria tem) mas que na verdade é das coisas mais bonitas que alguém já viu até hoje; um mundo em que há alimentos de todas as cores, para que nada se torne monótono (nem o simples acto de comer); um mundo cheio de água, água doce, água salgada, água fria, água quente, nas quais se encontram as criaturas mais incríveis, (ainda com tanto por descobrir); um mundo em que o azul do céu combinado com o verde das árvores se torna a beleza mais natural, (e perante a qual poucos são os que se importam e reparam, poucos são os que a sentem e respiram); um mundo em que o sol nasce todos os dias para sabermos que a vida continua, para sabermos que mais um dia começou, que as coisas podem melhorar. Mais um dia para poderes abraçar quem gostas, para poderes dizer um “Olá!” àquele vizinho rabugento. Na verdade é isso que te faz ser único(a), o facto de saberes que no dia seguinte tu podes ser melhor, que podes esquecer as coisas más, que podes renovar as tuas esperanças nas pessoas, no amor "na" humanidade, todos os dias; esse amor, num mundo que é capaz de amar, mas que se esquece disso, em que cada indivíduo só repara que não amou completamente quando é já tarde demais. Porque quando é tarde de mais já vês o mundo. Vês que afinal não viveste, que apenas sobreviveste, e que te arrependeste, e que passaste o resto do teu tempo arrependido e a lamentares-te… Acorda e vive!

Mas sim, eu sei, nos contos de fadas é tudo mais fácil, tens tudo sempre, acaba tudo bem. Aqui, na realidade, infelizmente, a bruxa má e/ou o papão nem sempre são derrotados, nem sempre no final da história vives feliz para sempre. Mas se puderes faz de tudo para estares feliz, para viver, não só sobreviver! Diz que o amas se não disseste, ele provavelmente sabe, mas diz na mesma, faz alguém feliz hoje, sorri para o mundo, dá tudo de ti e sente-te bem por isso.

Dá tudo para ti, dá tudo para todos. Sai e olha o céu, daqui a pouco o sol nasce outra vez e é um novo dia...


por: filipa, 23.11.10

terça-feira, 16 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Caramba

"Ó senhor da loja, já que a vida é curta, diga-me lá, se souber, quantos metros tem a dor?

E já que, ainda por cima, a vida é pesada, diga-me lá, se puder, quantos quilos tem o amor?

E já que a paciência tem os seus limites, diga-me lá quantos são, que é p´ra eu saber se espero ou não."

Sérgio Godinho

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Elixir da Eterna Juventude




Estou velho!

dói-me o joelho

dói-me parte do antebraço

dói-me a parte interna

de uma perna

e parte amiga

da barriga

que fadiga

o que é que eu faço?

escolho o baço ou o almoço?

vira o osso

dói o pescoço

é do excesso

do ex-sexo

alvoroço

perco o viço

já soluço

já sobroço

esmiúço os meus sintomas

e já agora, do meu médico

os diplomas

esmiúço

a consciência

e já agora, apresento a penitência

Ah que estou arrependido de ter feito e de ter tido ai oração, ora seja como a que ouvi na igreja Mea culpa, mea culpa minha máxima desculpa é ter vindo p´ro presente conservado em aguardente Quero ser p´ra sempre jovem as minhas células movem uma campanha eficaz água benta e água-raz O elixir da eterna juventude esse que quer que tudo mude p´ra que tudo fique igual estava marado falsificado é desleal! Vou implorar aos apóstolos mas é pior, que desgostos com tanto pecado junto não lhes pega nem o unto Vou recorrer aos meus santos esses, ao menos, são tantos que há-de haver um que me acuda senão ainda tenho o Buda Maomé vai à montanha o papa, ninguém o apanha na Rússia, o rato rói a rolha venha o diabo e escolha O elixir da eterna juventude esse que quer que tudo mude p´ra que tudo fique igual estava marado falsificado é desleal! Misticismo agora à parte envelhecer é uma arte "arte-nova", "arte-final" numa luta desigual Só me vou pôr de joelhos ante o mais velho dos velhos e perguntar-lhe o segredo de p´ra ele inda ser cedo Quando o espelho me mira já nem o chapéu me tira deito-lhe a língua de fora pisco o olho e vou-me embora O elixir da eterna juventude esse que quer que tudo mude p´ra que tudo fique igual estava marado falsificado é desleal!

Com um brilhozinho nos olhos, ficamos imóveis a dar uma de "téte a téte"!

"I don't have to leave anymore
What I have is right here
Spend my nights and days before
Searching the world for what's right here

Underneath and unexplored
Islands and cities I have looked
Here I saw
Something I couldn't over look

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

See what I've done
That bridge is on fire
Back to where I've been
I'm froze by desire
No need to leave

Where would I be
If this were to go under?
That's a risk I'd take
I'm froze by desire
As if a choice I'd make

And I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

So now I'll never explore..."

The XX - Islands

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vivo uma Vida que não Quero nem Amo: Evolução (pela poesia)

Evolução

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

Antero de Quental, in "Sonetos"



Vivo uma Vida que não Quero nem Amo


Súbdito inútil de astros dominantes,
Passageiros como eu, vivo uma vida
Que não quero nem amo,
Minha porque sou ela,

No ergástulo de ser quem sou, contudo,
De em mim pensar me livro, olhando no alto
Os astros que dominam
Submissos de os ver brilhar.

Vastidão vã que finge de infinito
(Como se o infinito se pudesse ver!) —
Dá-me ela a liberdade?
Como, se ela a não tem?

Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Privado

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

sexta-feira, 30 de julho de 2010

1

Alguma vez sentiste que foste/és uma má pessoa?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

breve...


Se vivo na ilusão, vivo na confusão
Se me entrego à alucinação, distorço a real visão
Mas não... não há comunicação
Entre eu próprio e o próprio 'eu'
Entre o que é meu e o que é 'seu'
Não me defino caminhos, mas seduzem-me destinos
Não existe audácia, atrevimento, coragem
Nem tão pouco perspicácia, andamento, para aguentar a dita miragem
O engano... de achar, imaginar, arquitectar
Seguido de um desencanto... de parar, distanciar, conformar
Consciente...
Ciente da falsa perspectiva imaginável
De ser realizável
Poder ter... tudo
Sem perder... nada

Risy achas que com isto sou negativo? Não... acima de tudo é sinal que procuro... uma (ainda) (inocente) esperança

segunda-feira, 26 de julho de 2010

um.. apenas um..

um respirar (de novo),
(n)um (novo) acordar,
(de) uma emoção renascida
um medo clássico, inocente,
uma (primeira) vez,
uma falta de ar,
(n)um momento único que quero repetir,
(de) uma recordação (que já não me recordo)
(n)uma marcação,
(de) um momento,
(de) uma (pequena) história que faça parte da minha história
uma situação embaraçosa
uma qualidade única de um (des)embaraço
(de) um (primeiro) abraço
uma partilha
(de) uma sensação (qualquer)
uma falta (de tudo)
uma fuga (de tudo)
um(a) (ausência de) medo
(por) um minuto (que seja)
(por) um único segundo (que fique)
(n)uma (total) indiferença (pela possibilidade de arruinar tudo)
um orgulho (que desapareça)
um golpe (cruel),
um risco,
uma (constante) dúvida,
(n)uma (in)capacidade de (fazer) sofrer,

uma vontade,
de perder a segurança que me imponho todos os dias,


risy continuas-te a rir porque sabes que me tens controlado...

terça-feira, 6 de julho de 2010

apenas pensando...

Perdido entre sonhos, visões, entre ambições que se mostram ilusões... Olhando em frente, firme, esperando, paciente... Mas não me sai da cabeça que uma imagem foi criada, inventada de forma defensiva, ostensiva (mente) manipulada... E essa ilusão parecer enganar as massas, que vê aí um qualquer fim dogmático, enquanto objectivo e enquanto final de todos os processos que teimam em traçar um qualquer rumo esquemático, faseado... É prático explorar e descobrir assim, sem sofrer, pois é já sabido o tipo de pilar a procurar, onde te possas apoiar... As fases todos as sabemos, os passos a seguir, as etapas a ultrapassar, os riscos a correr... Uma amizade... com valores claros de respeito, entre-ajuda, instintiva, sincera, honesta, descomprometida, natural... entretanto despertam sentimentos, descobrem-se momentos, apuram-se as vontades... Um (definido) amor.... riscos são pensados, são calculados... calculados porque no fundo conhecem-se as consequências dos riscos, os perigos implicados... fases automatizadas... Mas a vontade existe, desejo de arriscar... perder o que já se tem vs. ganhar o que não se tem... Nietzsche refere em 'Humano, Demasiado Humano': "para manter uma amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física"... Então até que ponto não és tu apenas (e simplesmente) uma vontade física, uma qualquer justificação de vontades animalescas se enquadrarem de forma inocente nos diversos tipos de sociedade? és tu que transformas o que há de mais animal em nós em algo social, algo auto-controlado para a vivência em grupo? reprimido e encerrado? e tal questão levanta-se apenas porque penso nos problemas a ti inerentes... obrigações, modos de actuar, modos de reagir, etc... como se servissem de ti enquanto instrumento de repressão do 'natural'.... E porque se resignam 'eles' ('nós') a ti? tu! conceito estereotipado de ter alguém, alguém de forma permanente (e aceite pelo 'todo'), sempre pronto a 'acolher' em dualidades o animal que existe em cada um!... e esse alguém: questiona-te acerca do que esperas, porque o esperas e porque está definido que o deves esperar... Porque, no fundo, neste mundo inversa(mente) funcional, não poderás formar o teu próprio olhar ou escolher as perspectivas sobre as quais te queres realmente enquadrar? Mas também... porque pensar assim? qual o motivo de questionar e negar aquilo que desde o início está inerente que queremos, devemos e precisamos de alcançar?

Assim funciona a máquina, em que somos todos pequenas rodas dentadas capazes de manter em funcionamento o seu mecanismo, na sua espantosa harmonia ruidosa e cinzenta... E é assim dito "dentadas" no sentido de estarem já pré-definidas para um qualquer encaixe, para uma qualquer forma de funcionamento relacional, pré-definida, prevista à partida... Mas também... porque não quero eu ser dentado? Eu sou dentado! Apenas sei que gostaria de não ser... Mais do que isso desconheço também como poderia eu, enquanto roda "não dentada", encaixar no 'todo'? E se me perguntassem "tens mesmo de encaixar?" eu teria de responder: "talvez não....... mas não vejo outra roda como eu......"


pensamentos descontextualizados....

segunda-feira, 28 de junho de 2010

entrada...



Sim... isto faz-me ouvir o resto do álbum...


"Tardé en volver, me entretuve,

buscándome la vida deambulé,
anduve de nube en nube, estuve de hotel en hotel,
el amor de la pluma obtuve por haberle sido fiel,
tuve millones de rimas agarradas a mi piel,
decían: 'no te soltaremos hasta estar en el papel'.
¿Sabéis quién soy,hijos de dama de burdel?
Me seguís viendo, sabéis que sigo siendo aquel.
He vuelto más maduro y más abstracto,
más exacto y con más tacto,
dejando Mc's en el acto estupefactos,
hoy he vuelto con lo puesto,
de nuevo en tu parque aparco,
pongo la flecha en mi arco y en tu piel mi rap te marco,
hoy he vuelto dando el resto con más textos,
darme un micro abierto soy especialista en esto,
hoy me muestro con un nuevo manifiesto,
en guardia, atento, falsos no respetan esto,
estoy aquí para que claves en mí tu dedo índice,
hacerte entrar en trance, y convertirte así en mi cómplice
inalterable, como el gesto de una esfinge,
lince sin límite que os vigila vía satélite,
Sigo en busca de mis diosas y mis musas,
haciendo poesía difusa, para las masas confusas,
he vuelto, como no, se me exige, no hay excusas,
tengo la rima implacable, calambre de mil medusas,
estoy aquí por ti, que sin mi te falta el aire,
he vuelto para que bailes rap de pitbull's y rotwailler's,
para B-Boys con capuchas como frailes,
(¿no lo ves?),
he vuelto para que palies tu sed lírica,
(¿qué crees?),
dispuesto a acabar con tus defensas como el tétanos, surcando océanos con la solidez del ébano,
¿quieres coger mi rap?, pues si hace falta róbalo,
como un trofeo, elévalo, como el oro, consérvalo,
he vuelto para haceros disfrutar y echar confeti,
a desterrar al serengueti y a Mc's que buscan competi,
aquí, para dejar enorme huella como el Yeti,
es mi expediente-x, mi spanish history x...
Qué,qué, he vuelto..."

sábado, 26 de junho de 2010

Reflexão, nacos crus e cacos de um coração

"Já não sei se sou Pessoa; o poeta é um fingidor, que finge a dor e o amor, para não ficar vazio. E ainda ecoa um grito libertador, mas que não me traz calor e, por isso, sinto frio. Entro pelo dicionário, mapeio o vocabulário, não sei o que procurar e o que fica em sumário do eterno recurso literário. E neste mundo pós-moderno, quero ser originário de um impulso materno!
Não é um dia de sol que faz o Verão, nem um dia de chuva que faz o Inverno. O tempo dissolve toda e qualquer questão; na eterna luta do querer ser moderno, supero o zero que tolero no mundo que não altero. Sinto que não faço nada, sinto que faço o que quero. Agora decide... junta ou divide (são crenças!) e a liberdade só reside na qualidade do que pensas. Considero que a reflexão, nacos crus e cacos de um coração, com passados musicados, não são mais que uma ilusão. Amor sem dedicação, nem sei porque faço isto, por que me dou à canção. Sem razão, só almejo ser sincero. Penso, escrevo, falo, ouço. Vejo, penso, escrevo e espero! (E era na adolescência que fazia mais sentido.) Agora que perco a inocência, é que me sinto perdido?
E ainda ecoa um grito libertador, mas que não me traz calor e, por isso, sinto frio. Eu quero... Eu quero-me encontrar! Já não sei se sou Pessoa; o poeta é um fingidor, que finge a dor e o amor, para não ficar vazio. E eu quero... Eu quero-me encontrar!!!"
H

sexta-feira, 25 de junho de 2010

espíritos livres


"Os homens de espírito livre, que vivem só para o conhecimento (...) dar-se-ão de bom grado por satisfeitos com um pequeno emprego ou com uma fortuna que chega à justa para viver. (...) Também ele conhece os dias de semana de falta de liberdade, da dependência, da servidão. Mas, de tempos a tempos, tem de lhe aparecer um domingo de liberdade, se não ele não suportará a vida. (...) Sejam quais forem os labirintos que ele percorra, sejam quais forem os rochedos, por entre os quais a sua corrente tenha, de vez em quando, aberto passagem penosamente... assim que chega à luz, segue o seu curso, límpido, leve e quase sem ruído, e deixa brincar os raios do Sol até ao fundo do seu leito."


F. Nietzsche - Humano, Demasiado Humano

terça-feira, 25 de maio de 2010

dub fx_love me or not

"you could love me or not
but either way i've got to
wake up to face another day tomorrow morning
you could love me or not
but either way i've got the sunrise looking in my eyes
and i know i could love you or not
but either way you've got to
wake up to face another day tomorrow morning"




sábado, 8 de maio de 2010

Riqueza moral e riqueza material

Platão, através de uma analogia, mostrou que...
"...os homens sensatos não se imiscuem nos assuntos de Estado. Eles vêem o povo abundar nas ruas e ficar ensopado com a chuva, mas não conseguem convencê-los a sair da chuva e a voltar para as suas casas. Sabem que se saíssem para irem ao seu encontro, não iam conseguir nada, e iriam ficar também ensopados. Por isso, ficam em casa. Apesar de não conseguirem remediar a loucura dos outros, conseguem pelo menos ser sensatos".

(...)

"Duvido que a igualdade possa ser atingida onde a propriedade pertence a homens individuais. Pois quando todos os homens podem obter tudo quanto querem, através de um meio ou de outro, uns tantos dividem toda a riqueza entre si e deixam a necessidade para o resto. O resultado é, geralmente, o de que haverá dois tipos de pessoas, e os seus destinos terão de ser alternados: um dos tipos de pessoas é inútil, mas voraz e cruel; enquanto que o outro tipo é simples, modesto e serve o público mais do que a si próprio, através do seu trabalho diário."

Palavras de Rafael Hitlodeu, no livro "Utopia" de Thomas More.

segunda-feira, 3 de maio de 2010



"uma condição prévia deve existir para que a inveja seja eficaz: que a futura vítima se encontre em estado de receptividade inconsciente, quer dizer, de vulnerabilidade particular. (...) Como se define esta vulnerabilidade? Pela indeterminação da vontade e dos desejos do sujeito, pela hesitação mínima quanto às opções afectivas a tomar (...). O seu poder sobre si é frágil, pouco definido; o seu poder de afirmação não se manifesta;(...)"


José Gil

sexta-feira, 16 de abril de 2010

sem titulo

a flor abre, do sol respira
beleza alegre face à nobreza do dia

até que a elegância desaparece,
face à noite que agora a escurece...

mas ela resiste,
esquece e não se sente triste,

pois nas estrelas ela vê,
algo que tu nunca viste...


gente (de)mente fechada...

=(

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Here Comes Your Man"




outside there's a box car waiting
outside the family stew
out by the fire breathing
outside we wait 'til face turns blue
i know the nervous walking
i know the dirty beard hangs
out by the box car waiting
take me away to nowhere plains
there is a wait so long
here comes your man

big shake on the box car moving
big shake to the land that's falling down
is a wind makes a palm stop blowing
a big, big stone fall and break my crown
there is a wait so long
you'll never wait so long
here comes your man
there is a wait so long
you'll never wait so long
here comes your man

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Gilles Deleuze sobre a Palestina (1978)

Como é que os palestinianos poderiam ser “parceiros legítimos” em conversações de paz, se não têm país? Como podem ter país, se o seu país lhes foi roubado? Os palestinianos jamais tiveram escolha, além da rendição incondicional. Só lhes ofereceram a morte.
No conflito Israel-Palestina, as acções dos israelitas são consideradas retaliação legítima (mesmo que os seus ataques sejam desproporcionais); e as acções dos palestinianos são, sem excepção, tratadas como crimes terroristas. Um palestiniano morto jamais interessa tanto, nem tem o mesmo impacto, que um israelita morto.
Desde 1969, Israel bombardeia sem descanso o sul do Líbano. Israel já disse, claramente, que a recente invasão do Líbano não foi acto de retaliação pelo ataque terrorista em Telavive (11 terroristas contra 30 mil soldados); de facto, a invasão do Líbano é o ponto culminante de um plano, mais uma, numa sequência de operações a serem iniciadas como e quanto Israel decida iniciá-las. Para uma “solução final” para a questão palestiniana, Israel conta com a cumplicidade quase irrestrita de outros Estados (com diferentes nuances e diferentes restrições).
Um povo sem terra e sem Estado, como o palestiniano, é como uma espécie de leme, que dá a direcção em que andará a paz de todos que se envolvam em suas questões. Se tivessem recebido auxílio económico e militar, ainda assim teria sido em vão. Os palestinianos sabem o que dizem, quando dizem que estão sós.
Os militantes palestinianos têm dito que teriam conseguido arrancar, no Líbano, alguma espécie de vitória. No sul Líbano, só havia grupos de resistência, que se comportaram muito bem sob ataque. A invasão israelita, por sua vez, atacou cegamente refugiados palestinianos e agricultores libaneses, população pobre, que vive da terra. Já se confirmou que cidades foram arrasadas e que civis inocentes foram massacrados. Várias fontes informam que se usaram bombas de fragmentação.
Essa população do sul do Líbano, em exílio perpétuo, indo e vindo sob ataque militar dos israelitas, não vê diferença alguma entre os ataques de Israel e actos de terrorismo. Os últimos ataques tiraram 200 mil pessoas de suas casas. Agora, esses refugiados vagueiam pelas estradas.
O Estado de Israel está a usar, no sul do Líbano, o método que já se provou tão eficaz na Galileia e em outros lugares, em 1948: Israel está a “palestinizar” o sul do Líbano.
A maioria dos militantes palestinianos nasceu dessa população de refugiados. E Israel pensa que derrotará esses militantes criando mais refugiados e, portanto, com certeza, criando mais terroristas. Não é por termos um relacionamento com o Líbano que dizemos: Israel está a massacrar um país frágil e complexo. E há mais.
O conflito Israel-Palestina é um modelo que determinará como o ocidente enfrentará, doravante, os problemas do terrorismo, também na Europa.
A cooperação internacional entre vários Estados e a organização planetária dos procedimentos da polícia e dos bandidos levará necessariamente a um tipo de classificação que cada vez mais incluirá pessoas que serão consideradas “terroristas”. Aconteceu já na Guerra Civil espanhola, quando a Espanha serviu como laboratório experimental para um futuro ainda mais terrível que o passado do qual nascera.
Israel inteira está envolvida numa experimentação. Inventaram um modelo de repressão que, devidamente adaptado, será usado em vários países.
Existe marcada continuidade nas políticas de Israel. Israel crê que as resoluções da ONU, que condenam Israel verbalmente, são autorizações para invadir. Israel converteu a resolução, que o mandava sair dos territórios ocupados, em direito de construir colónias!
Achou que seria excelente ideia manter uma força de paz no sul do Líbano… desde que essa força, em vez do exército israelita, transformasse a região em área militar, sob controlo policial, um deserto em matéria de segurança.
Esse conflito é uma estranha espécie de chantagem, da qual o mundo jamais escapará, a menos que todos lutemos para que os palestinianos sejam reconhecidos pelo que são: “parceiros genuínos” para conversações de paz. De facto, estão em guerra. Numa guerra que não escolheram.

Publicado originalmente no Le Monde (7/4/1978) e, depois, em Deux régimes de fous: Textes et entretiens, 1975-1995 (Minuit, 2003), org. de David Lapoujade.
Tradução a partir do inglês: Caia Fittipaldi. Tradução a partir do português do Brasil: Cristino.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Risy, ignoras-me!!?!

Dizes que as raízes em que me fundo não me levam a lado nenhum... Tens razão! Por isso, são raízes!!
Quanto mais penso, menos dispenso quem diz "penso" e faz; uma vez que o meu pensamento é impulso e impulsionador de uma realidade em que as acções provêm do meu próprio derrotismo.
Quero dor, sem o querer!

Quero receber, sem dar!
Quero paz, paz-pós-violência, porque me parece ser mais saborosa!
Quero amor, sem o ter, sem o ver, sem o ser e sem "O SER"!

Porque engana-se aquele que pensa.

Porque engana-se aquele que pensa que uma boa vida só é vivida em paz!
Porque engana-se aquele que pensa que uma boa vida só, é que é vivida em paz!
Porque engana-se aquele que pensa numa vida só - uma vida só, vivida só - de paz!



Estou parado, quase morto...Se assim não fosse, diria: "Ando" com medo de mim próprio!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

The Rose that grew from Concrete

Did u hear about the rose that grew from a crack
in the concrete
Proving nature's laws wrong it learned 2 walk
without having feet
Funny it seems but by keeping its dreams
it learned 2 breathe fresh air
Long live the rose that grew from concrete
when no one else even cared!

Tupac Shakur

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

As nuvens de onde tu vens!

"Como
os casmurros dizem
que os poetas
andam nas nuvens,
eu digo que é
para caminhar no macio
e preservar os pés!"
Laureans