
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
O Elixir da Eterna Juventude
Estou velho!
dói-me o joelho
dói-me parte do antebraço
dói-me a parte interna
de uma perna
e parte amiga
da barriga
que fadiga
o que é que eu faço?
escolho o baço ou o almoço?
vira o osso
dói o pescoço
é do excesso
do ex-sexo
alvoroço
perco o viço
já soluço
já sobroço
esmiúço os meus sintomas
e já agora, do meu médico
os diplomas
esmiúço
a consciência
e já agora, apresento a penitência
Ah que estou arrependido de ter feito e de ter tido ai oração, ora seja como a que ouvi na igreja Mea culpa, mea culpa minha máxima desculpa é ter vindo p´ro presente conservado em aguardente Quero ser p´ra sempre jovem as minhas células movem uma campanha eficaz água benta e água-raz O elixir da eterna juventude esse que quer que tudo mude p´ra que tudo fique igual estava marado falsificado é desleal! Vou implorar aos apóstolos mas é pior, que desgostos com tanto pecado junto não lhes pega nem o unto Vou recorrer aos meus santos esses, ao menos, são tantos que há-de haver um que me acuda senão ainda tenho o Buda Maomé vai à montanha o papa, ninguém o apanha na Rússia, o rato rói a rolha venha o diabo e escolha O elixir da eterna juventude esse que quer que tudo mude p´ra que tudo fique igual estava marado falsificado é desleal! Misticismo agora à parte envelhecer é uma arte "arte-nova", "arte-final" numa luta desigual Só me vou pôr de joelhos ante o mais velho dos velhos e perguntar-lhe o segredo de p´ra ele inda ser cedo Quando o espelho me mira já nem o chapéu me tira deito-lhe a língua de fora pisco o olho e vou-me embora O elixir da eterna juventude esse que quer que tudo mude p´ra que tudo fique igual estava marado falsificado é desleal!
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Privado
José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148
sábado, 8 de maio de 2010
Riqueza moral e riqueza material
"...os homens sensatos não se imiscuem nos assuntos de Estado. Eles vêem o povo abundar nas ruas e ficar ensopado com a chuva, mas não conseguem convencê-los a sair da chuva e a voltar para as suas casas. Sabem que se saíssem para irem ao seu encontro, não iam conseguir nada, e iriam ficar também ensopados. Por isso, ficam em casa. Apesar de não conseguirem remediar a loucura dos outros, conseguem pelo menos ser sensatos".
(...)
"Duvido que a igualdade possa ser atingida onde a propriedade pertence a homens individuais. Pois quando todos os homens podem obter tudo quanto querem, através de um meio ou de outro, uns tantos dividem toda a riqueza entre si e deixam a necessidade para o resto. O resultado é, geralmente, o de que haverá dois tipos de pessoas, e os seus destinos terão de ser alternados: um dos tipos de pessoas é inútil, mas voraz e cruel; enquanto que o outro tipo é simples, modesto e serve o público mais do que a si próprio, através do seu trabalho diário."
Palavras de Rafael Hitlodeu, no livro "Utopia" de Thomas More.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
"uma condição prévia deve existir para que a inveja seja eficaz: que a futura vítima se encontre em estado de receptividade inconsciente, quer dizer, de vulnerabilidade particular. (...) Como se define esta vulnerabilidade? Pela indeterminação da vontade e dos desejos do sujeito, pela hesitação mínima quanto às opções afectivas a tomar (...). O seu poder sobre si é frágil, pouco definido; o seu poder de afirmação não se manifesta;(...)"
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Gilles Deleuze sobre a Palestina (1978)
No conflito Israel-Palestina, as acções dos israelitas são consideradas retaliação legítima (mesmo que os seus ataques sejam desproporcionais); e as acções dos palestinianos são, sem excepção, tratadas como crimes terroristas. Um palestiniano morto jamais interessa tanto, nem tem o mesmo impacto, que um israelita morto.
Desde 1969, Israel bombardeia sem descanso o sul do Líbano. Israel já disse, claramente, que a recente invasão do Líbano não foi acto de retaliação pelo ataque terrorista em Telavive (11 terroristas contra 30 mil soldados); de facto, a invasão do Líbano é o ponto culminante de um plano, mais uma, numa sequência de operações a serem iniciadas como e quanto Israel decida iniciá-las. Para uma “solução final” para a questão palestiniana, Israel conta com a cumplicidade quase irrestrita de outros Estados (com diferentes nuances e diferentes restrições).
Um povo sem terra e sem Estado, como o palestiniano, é como uma espécie de leme, que dá a direcção em que andará a paz de todos que se envolvam em suas questões. Se tivessem recebido auxílio económico e militar, ainda assim teria sido em vão. Os palestinianos sabem o que dizem, quando dizem que estão sós.
Os militantes palestinianos têm dito que teriam conseguido arrancar, no Líbano, alguma espécie de vitória. No sul Líbano, só havia grupos de resistência, que se comportaram muito bem sob ataque. A invasão israelita, por sua vez, atacou cegamente refugiados palestinianos e agricultores libaneses, população pobre, que vive da terra. Já se confirmou que cidades foram arrasadas e que civis inocentes foram massacrados. Várias fontes informam que se usaram bombas de fragmentação.
Essa população do sul do Líbano, em exílio perpétuo, indo e vindo sob ataque militar dos israelitas, não vê diferença alguma entre os ataques de Israel e actos de terrorismo. Os últimos ataques tiraram 200 mil pessoas de suas casas. Agora, esses refugiados vagueiam pelas estradas.
O Estado de Israel está a usar, no sul do Líbano, o método que já se provou tão eficaz na Galileia e em outros lugares, em 1948: Israel está a “palestinizar” o sul do Líbano.
A maioria dos militantes palestinianos nasceu dessa população de refugiados. E Israel pensa que derrotará esses militantes criando mais refugiados e, portanto, com certeza, criando mais terroristas. Não é por termos um relacionamento com o Líbano que dizemos: Israel está a massacrar um país frágil e complexo. E há mais.
O conflito Israel-Palestina é um modelo que determinará como o ocidente enfrentará, doravante, os problemas do terrorismo, também na Europa.
A cooperação internacional entre vários Estados e a organização planetária dos procedimentos da polícia e dos bandidos levará necessariamente a um tipo de classificação que cada vez mais incluirá pessoas que serão consideradas “terroristas”. Aconteceu já na Guerra Civil espanhola, quando a Espanha serviu como laboratório experimental para um futuro ainda mais terrível que o passado do qual nascera.
Israel inteira está envolvida numa experimentação. Inventaram um modelo de repressão que, devidamente adaptado, será usado em vários países.
Existe marcada continuidade nas políticas de Israel. Israel crê que as resoluções da ONU, que condenam Israel verbalmente, são autorizações para invadir. Israel converteu a resolução, que o mandava sair dos territórios ocupados, em direito de construir colónias!
Achou que seria excelente ideia manter uma força de paz no sul do Líbano… desde que essa força, em vez do exército israelita, transformasse a região em área militar, sob controlo policial, um deserto em matéria de segurança.
Esse conflito é uma estranha espécie de chantagem, da qual o mundo jamais escapará, a menos que todos lutemos para que os palestinianos sejam reconhecidos pelo que são: “parceiros genuínos” para conversações de paz. De facto, estão em guerra. Numa guerra que não escolheram.
Publicado originalmente no Le Monde (7/4/1978) e, depois, em Deux régimes de fous: Textes et entretiens, 1975-1995 (Minuit, 2003), org. de David Lapoujade.
Tradução a partir do inglês: Caia Fittipaldi. Tradução a partir do português do Brasil: Cristino.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Risy, ignoras-me!!?!
Quanto mais penso, menos dispenso quem diz "penso" e faz; uma vez que o meu pensamento é impulso e impulsionador de uma realidade em que as acções provêm do meu próprio derrotismo.
Quero dor, sem o querer!
Quero receber, sem dar!
Quero paz, paz-pós-violência, porque me parece ser mais saborosa!
Quero amor, sem o ter, sem o ver, sem o ser e sem "O SER"!
Porque engana-se aquele que pensa.
Porque engana-se aquele que pensa que uma boa vida só é vivida em paz!
Porque engana-se aquele que pensa que uma boa vida só, é que é vivida em paz!
Porque engana-se aquele que pensa numa vida só - uma vida só, vivida só - de paz!
Estou parado, quase morto...Se assim não fosse, diria: "Ando" com medo de mim próprio!!!
quinta-feira, 11 de março de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
(Som)Os Sentimentos: medo e amor
Não me faz recuar, faz-me avançar em sentido contrário.
E o medo... não perde pela demora...
"Sei que o vou fazer, só não o vou fazer agora!"
É o medo, que me faz perdulário:
Não me faz recuar, faz-me avançar em sentido contrário.
Vou ocupando a vida, até me estou a entreter, mas
Entretanto pergunto-me "O que estou eu aqui a fazer?"
É o medo que nos faz avançar em sentido contrário
E, em idade de sair, fecha-nos no armário.
E o medo dá-te a facada nas costas
E ilude-te com respostas, que no fundo não gostas.
Sorris amareladamente, mas não fiques contente,
Se o medo te fez avançar num caminho diferente.
Em questão fica a reacção do teu lado mais orgânico;
O teu corpo não é mais que uma sala de pânico.
Falha a missiva! E logo te desmotiva...
E ficas louco, vês in loco locomotiva, que se afasta.
E tens nefasta visão, que devasta a sensação de ser quem és e estar bem.
Saber que paraste, nem tentaste perseguição e ficaste na estação, que de vasta nada tem.
É o medo da vergonha que te fecha com os teus medos
E levas vida medonha, que te faz guardar segredos!!!
(...)
Demasiado sóbrio, é por isso que sinto frio
E vencer-me a mim prório é o meu maior desafio.
Sonho com o receber, mas sem praticar o dar
Nunca hei-de perceber o que temos a trocar.
Quem me dera a mera ideia de te poder ter a meu lado
Desconhece a prece que faço, por um abraço imaginado.
Tenho por escasso o espaço que nos tem separado,mas
Um amante sem amor não consegue ser amado.
Esquece-me!
Entristece-me saber que ainda não me sinto à altura.
(Segura-me!)
Há algo que me puxa pra baixo
E acho que eu fui morte no passado e tu és vida futura.
Mostra-me o caminho (apesar de ser cliché), mas
Não sei o que te dizer (e por alguma coisa o é!)
Sob protesto evidencio: fizeste um teste e eu venci-o! Mas...
(Perco, porque és como eu) Escondes-te atrás do silêncio!
É da minha natureza querer sonhar e levar-te
- Sem destreza! - para te segurar e amar-te.
És a leveza, que me corre no sangue.
Eu sou o negro do yin, tu és o branco do yang! "
PS: Procuro balança de palavras! Risy, não entendes? (A balança ou as palavras?)
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
"pois... nota-se"
Nota-se o que há a pagar.
(a)Nota-se o que há a lembrar.
Notas, notas, notas...
Tudo aquilo que notas parte de uma construção tua!
Pensa comigo, o importante é o que não notas!
Eu ainda noto que o que quero dizer é: "Eu já não noto nada!"
Notas, Risy! Reparas nas ironias de uma vida de anotações...(!!??!?!?!?)
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
"Walk with me now and you'll fly with me later!"
Mas se a ferida não fecha não chego a ter cicatriz.
E o tempo devora os sonhos, que outrora
Me fizeram ver um futuro diferente do agora.
A memória explora os erros, os medos, as falhas,
Os segredos e os emperros, que cortam como navalhas.
E ainda ecoa um grito libertador,
Mas que não me traz calor e por isso sinto frio.
Já não sei se sou pessoa; o poeta é um fingidor,
Que finge a dor e o amor, para não ficar vazio."
Sento-me, sinto-me bem...
Risy, sorris, mas não "sem-ti" nada!
"Ninguém é santo, numa luta de crenças.
Diz-me o que pensas, não espero que me convenças.
Suporto ofensas, não tenho superiores!
Sou só mais um dos pecadores, num mundo de "adora-dores"!!!"
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
(Contra)Capa: Levantado do Chão
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Me&U U&Me
Smokey Robinson a dar lições, afinal... "é de pequenino que se torce o pepino!"
Ou que se torce U... Risy, não sabes!!?!
sábado, 2 de janeiro de 2010
(primeira mensagem de 2010)
empty of the things of the mind
is there love
without separation, without fear
there is only love
there is no you or me in this state
there is only a flame without smoke"
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
2 lados da mesma moeda
"A violência como forma de alcançar justiça racial é ilógica e imoral.Ilógica porque é uma espiral descendente que acaba em destruição. A velha lei de olho por olho deixa-nos a todos cegos. É imoral porque tenta humilhar o adversário em vez de obter a sua compreensão. Tenta aniquilar em vez de converter. A violência é imoral. Alimenta-se do ódio em vez do amor. Destrói a comunidade e impossibilita a fraternidade. Deixa a sociedade em monólogo em vez de diálogo. A violência acaba por se derrotar. Cria amargura nos sobreviventes e brutalidade nos destruidores."
"Acho que há muitas boas pessoas na América, mas também há muitas pessoas más, que parecem deter o poder todo, e que impedem acesso a todas as coisas de que nós precisamos. Por essa razão, nós temos de nos reservar ao direito de fazer tudo para pôr termo a esta situação. Isto não significa que eu seja apologista da violência, mas não sou contra o seu uso como defesa pessoal. Nesse caso, não lhe chamo violência, chamo-lhe inteligência."
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
The Sound Of Silence
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence."
Risy, não mostras nada, não estás lá; sou eu que ouço e não escuto ou é esta ressaca que nem me deixa pensar? (lol)
PS: Risy, manténs-te atrás desse aliciante mistério que me(/nos) deixou estático(s), num equilíbrio silencioso sob um fio em (in)visível (a)"tensão"! :D
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Deixando de ser normal
"Tu es normal / Tu respecte chaque critère / Normal et pas un cheveu de travers / Tu es normal / Ton destin linéaire / Normal et ça ç'est le monde a l'envers
(...)
Mais tu es normal / Et les yeux rarement vert / Normal un voile sur les paupières / Tu es normal / Tout tes rêves aux vestiaires / Normal et ça ç'est le monde a l'envers (...)"
Hocus Pocus - Normal
Apesar da frieza que me invade, devido a este INverno rigoroso, é com alguma ironia que sinto o cinto a apertar, na época natalícia!
Detesto a delícia característica deste período, servida gélida e em tom sarcástico...
Penso que sim, penso que não... Penso, penso, penso. Penso sem solução...
Isto é como tudo... "longe da vista, longe do coração" (ou não!)
Risy, ignoras(-me) os mom-mentores... (lololol) feliz navidad