(...) Algo mudou. A cidade está diferente. As estradas são ocupadas por miúdos. Pessoas dirigem-se a ti com a maior naturalidade, sem medos, sem formalismos, sem normas. As praças são formadas de modo instintivo, os espaços são ocupados. Cada edifício é especial, cada um com as suas diferenças. Não reconheces hierarquias ou graduações na sua organização. Estranho. Chegas à tua escola. Alterou-se. Não se identifica um plano, muito menos uma qualquer hierarquia na rede de infra-estruturas. Reconheces na estranha colocação dos edifícios um processo de composição que se afasta em muito dos precedentes formais que julgavas óbvios. Aproximas-te. De repente vês o grupo de alunos no exterior a erguer uma estrutura em madeira, ferro, plástico, pano e vidro. A aula é sem estirador, sem discurso académico. É-te proposto um tema, ao qual deves responder de forma espontânea, sem desenho, apenas prática, com um mote inicial e com a descrição detalhada de todo o processo intermédio. Motivante. No final, apresentas o desenho. O teu colega foi já repreendido por ‘desenhar demais e pensar de menos’. Não é o carácter representativo que está em questão. Não é a beleza da folha que é posta em avaliação, mas sim o teu processo de descoberta, a tua viagem. A tua vontade enquanto ‘aluno em constante construção’ é reconhecida. Sem dependências de linguagens formais, apresentações ‘bonecas’ ou discurso gracioso. Ensino enquanto processo de descoberta. Poesia enquanto expressão. Arte enquanto processo natural. De repente. Barulho. Acordas. Tudo falso. (…)Escola de Arquitectura
de Valparaíso, Ritoque, Chile
quarta-feira, 8 de julho de 2009
ESCOLA (?)
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